"Me apaixonei por um olhar Por um gesto de ternura Mesmo sem palavra Alguma pra falar" (M. Barbosa, N. Bernardes, B. Barretti, F. Caetano) |
Sempre que vê, ela compra o bombom Alpino. Lembra dele comendo e tomando café. Come sempre em duas mordidas. Fecha os olhos, espera o amargo do café derreter o chocolate. Sussurra um: "huumm!!" e sorri. O prazer é dela.
Na hora da fominha da tarde ele pede um bolo. Ela nunca, pois gosta das garfadas do bolo dele. É assim desde o namoro. Ele come primeiro o fundo do bolo, aquela casquinha. Deixa para ela a parte de cima. A melhor.
Ela não é fã de feijão mas faz todo domingo para ele. Gosta de ouvir: "basta seu feijão e seu arroz! Não precisa fazer mais nada."
Na primeira noite juntos, ele dormiu segurando a mão dela.
Ela sempre gostou de fotografar flores e árvores. Quando o dia está cinza, frio, chuvoso e ele está exausto do trabalho, ela manda essas imagens para ele. Ele prefere os Ipês e as Orquídeas.
Nem sempre conseguem se falar durante o dia. Então ele manda uma mensagem de voz. Foi a primeira coisa que chamou a atenção dela: a voz. Ele passa horas falando. Ela passa horas ouvindo.
Ela faz uma lista de filmes para assistirem.
Ele faz a barba e fica com o rosto todo ferido mas pode beijar a nuca dela sem machucá-la.
Cada um tem seu jeito de amar. Eu prefiro os pequenos. Pequenos gestos.
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